Santa Catarina avança no uso de inteligência artificial em segurança e inovação
Tecnologia começa a transformar a gestão pública no Estado, com investimentos em pesquisa, segurança e inovação
A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas um tema de ficção científica e passou a integrar o cotidiano da administração pública. Em Santa Catarina, a tecnologia já começa a ser aplicada em áreas como segurança, inovação e atendimento ao cidadão, transformando a forma como o Estado planeja e executa políticas públicas.
Um dos exemplos mais recentes desse avanço pôde ser visto na 40ª Oktoberfest de Blumenau. O evento contou com câmeras equipadas com reconhecimento facial e inteligência artificial, além de drones e mais de 300 equipamentos de videomonitoramento interligados.
O sistema reforçou a segurança da festa e possibilitou a primeira prisão realizada com apoio dessa tecnologia, a partir do cruzamento de imagens em tempo real com as bases de dados da Secretaria de Segurança Pública.
Pesquisa e inovação em ritmo acelerado
Sob a liderança do governador Jorginho Mello e da vice-governadora Marilisa Boehm, o governo catarinense tem apostado em um modelo de gestão que utiliza tecnologia e dados como base para a tomada de decisões e melhoria dos serviços públicos.
Além do uso em segurança, a IA também avança em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. O Programa MultiLab SC está sendo estruturado como um laboratório de alto desempenho dedicado à inteligência artificial e à ciência de dados, com o objetivo de fortalecer a infraestrutura de inovação em todo o Estado.
O projeto conta com investimentos superiores a R$ 111 milhões e integra uma estratégia mais ampla de modernização digital. A coordenação das ações está a cargo da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, liderada pelos secretários Edgard Usuy e Ruy Ribas, responsáveis por articular parcerias e aproximar governo, universidades e iniciativa privada.
Novos formatos de parceria com startups
Entre as ferramentas que vêm ganhando espaço está o Contrato Público para Soluções Inovadoras (CPSI) — um modelo que permite a contratação de startups e empresas de tecnologia para desenvolver soluções sob medida, com etapas de testes e ajustes antes da implantação definitiva.
O formato busca reduzir riscos regulatórios e financeiros e ampliar o potencial de inovação do setor público, estimulando a criação de soluções locais que podem ser aplicadas em escala estadual.
Ecossistema catarinense se destaca no cenário nacional
A Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) tem papel fundamental nesse ecossistema, representando mais de 1.700 empresas associadas distribuídas por polos de inovação no Vale do Itajaí, Oeste e Sul do Estado.
De acordo com o Observatório ACATE 2024, Santa Catarina abriga atualmente 27,6 mil empresas de tecnologia, o que representa um crescimento de 18,3% em relação ao ano anterior. Em 2023, o setor faturou cerca de R$ 38,3 bilhões, equivalentes a 7,5% do PIB estadual.
Um futuro que já começou
Com investimentos em pesquisa, parcerias estratégicas e um ecossistema de inovação consolidado, Santa Catarina se posiciona entre os estados mais avançados do país na aplicação da inteligência artificial à gestão pública.
A tecnologia, que antes era vista como promessa distante, agora está presente no cotidiano — das ruas monitoradas por IA aos laboratórios que desenvolvem soluções para o futuro digital catarinense.
Luiz Carlos de Freitas Junior
25 anos de experiência em Políticas Públicas Inovativas no Brasil e em outros Países
Mestrando em Direito e Inovação na área Pública e Inteligência Artificial
Chefe de Gabinete da Vice-Governadora do Estado de Santa Catarina
